DIÁRIO DE UMA MÃE INTERCAMBISTA

Experimento Experimento | 07 novembro, 2018
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Todos os pais ficam com o coração apertado quando veem os filhos embarcando nesta aventura que é o intercâmbio cultural, e vivenciam situações muito parecidas. Pensando nisso, convidamos a Jornalista e mãe de intercambista, Ticiana Werneck, para falar sobre sua experiência e seu livro, “Diário de uma Mãe de Intercambista”, lançado em 2018. Confira:

Minha filha partiu para um intercâmbio na Austrália com quinze anos, e eu fiquei aqui roendo as unhas, escrevendo um diário cronológico desde sua partida até a volta. Para começar, a rotina da casa mudou totalmente sem sua presença. O primeiro almoço com a mesa posta para apenas três pessoas – eu, o pai dela e o irmão – foi um pouco indigesto: era a prova real de que a família encolheu. Enquanto isso, lá em Adelaide (sul da Austrália) minha filha Natalia gastava o pouco inglês que tinha para se fazer entender na nova casa composta por um casal de senhores, já avós.

mãe e pai

Host Family da Natalia

ADAPTAÇÃO

Sua adaptação com a nova família, escola e cidade foi rápida, já a minha, nem tanto, rs! Assim como um termômetro durante as quatro estações do ano, minha saudade sofreu oscilações de intensidade. Quando ela partiu, meu coração sentiu muito, e tinha a impressão que eu ficaria dez anos sem ver a criatura. Fiquei com os olhos inchados de tanto chorar, e a cada ligação era um final de novela das oito. Conhece aquela frase: “Os contidos que me perdoem, mas eu nasci para ser intensa?” Me resume bem.

Depois de um tempo, percebi que tudo do lado de cá era um reflexo do que rolava lá. Se ela estava tranquila, ocupada com suas tarefas e feliz com a vida, nós também estávamos. Qualquer pequeno percalço, entretanto, já nos deixava alertas de novo.

Sustos?

Um dia acordei com uma mensagem dela no WhatsApp que dizia: “Mãe, eu estou muito feliz”, e esta frase entrou como um raio de luz, me deixando feliz o dia inteiro. Quando estamos longe, com tantas dúvidas e saudades, saber que além de bem, sua filha está FELIZ, é um alento. E assim, cheguei à conclusão de que, se ela está bem, eu estou bem.

Mas não foram só mensagens motivadoras que pipocaram no meu WhatsApp não, viu? Aliás, santo aplicativo, foi o mais usado em nossa comunicação. Poucos dias antes de retornar ao Brasil por exemplo, acordei com a seguinte mensagem: “Não estou encontrando meu passaporte”. Depois de  uns quinze minutos de mensagens apocalípticas, ela finalmente revelou que era uma pegadinha. A pegadinha tem uma explicação: desde a partida, eu pegava no pé  porque achava que ela perderia o passaporte. Mas olha, se tem uma coisa que filho faz bem é surpreender a gente, e positivamente!

Students Intercambista

Natalia em suas aventuras.

 PROTEÇÃO

Mesmo que a gente seja superprafrentex (ainda usa isso?), temos uma tendência de proteger demais, e pensar por eles. E se chover? Leva agasalho! E se pedirem documento? Leva a carteira! E se a gente não está do lado para dar recomendação? ELES SE VIRAM! E se pisarem na bola, vão ter que correr para resolverem SOZINHOS. É nessa hora que algo ali dentro cachola se encaixa e eles começam a pensar nos desdobramentos por si próprios. E isso é crescimento, minha gente!

Minha filha amadureceu, aprendeu a falar inglês, a lidar com dinheiro, a se virar nas situações adversas e mudou o que é possível ser mudado em um ano. Ela é a mesma menina, mas agora muito “maior” e mais independente.

Mãe e Filha

Eu e Natalia em Sydney

O LIVRO

Esse diário virou um livro, e nele, trago também o depoimento da Natália, que traz um balanço geral da experiência:

“No início, eram tantas mudanças, que quando parava para pensar em tudo que ‘deixei’ no Brasil para viver longe da minha zona de conforto me batia, ao mesmo tempo, orgulho e frio na barriga. Devo confessar, entretanto, que gostei da sensação de criar novos costumes, me adaptar a uma rotina diferente, mudar meus gostos e me expor a novas oportunidades”.

Depoimento Pai

O Paulo Henrique também deixou seu depoimento: “Ficar longe da minha filha foi difícil, mas confesso que achei que seria pior. A verdade é que ela não deu trabalho e nos surpreendeu ao demonstrar iniciativa para resolver as exigências que surgiram. Como pai, minha preocupação era, daqui do Brasil, acompanhar minimamente sua rotina, dar conselhos práticos e prover tudo o que ela pudesse vir a precisar. Ficava apreensivo se minha filha iria se adaptar à nova família, se conseguiria controlar o dinheiro, se iria desempenhar-se bem na escola e se os outros alunos a receberiam bem. Torci para que ela fizesse boas amizades e se relacionasse com pessoas com valores legais”.

Ao final, trago dicas sobre coisas práticas como bagagem, e outras mais elaboradas, como dinâmica com a nova família, comunicação e outros.

Bom, deu para perceber que esse ano foi cheio de emoção e aprendizado. Conto tudo com franqueza e bom-humor, na esperança de preencher alguns buraquinhos que a ausência deixa nos pais. Você encontra o ebook “Diário de uma Mãe de Intercambista” aqui https://amzn.to/2Pi6pEJ.

Além disso, Ticiana também é autora do livro de contos “Trilhas para andar descalça” (Moinhos, 2018), que está disponível no link a seguir http://a.co/d/0cOicPx.

Family Intercambista

Nossa Família visitando a Austrália

Autor
Experimento Experimento

A Experimento é pioneira no segmento de intercâmbio cultural, com mais de 50 anos de atuação no Brasil, é a maior rede especializada exclusivamente em intercâmbio cultural do país.

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